domingo, 30 de agosto de 2009

Aprendizado e Criação

Já que a Nina puxou o assunto da ultima cerveja no Piauí, vamos começar com ele. O bacana é que o assunto é polêmico, então que venham novos posts-continuação. Vou botar aqui o meu ponto de vista.

A gente tava conversando sobre processos de aprendizado - de música, ciências, línguas, qualquer coisa - das diferentes maneiras de se passar e receber conhecimentos e da possível relação disso com o processo de criação, e não só de absorção de conteúdo.

É possível colocar a princípio, simplificadamente, duas linhas extremas de pensamento: De um lado, a busca pelo conhecimento auto-didata, que eu brinco ser o método indutivo precário, erro e acerto, sem um objetivo, mas sentindo, descobrindo e indo atrás do que parece interessar mais; Do outro, a absorção de conhecimento baseado em estruturas já desenvolvidas, em que já existe um método, um objetivo, conceitos de certo e errado, em que há aquele que detém o conhecimento.

Claro que sempre existe conhecimento prévio em que nos embasamos de algum jeito, assim como cada um se adequa e interpreta métodos de estudos de maneiras diferentes. Eu, pra variar, fico com um pouco dos dois modos, tendendo mais para o "indutivo precário".

A questão agora é - até que ponto seguir uma estrutura mais rígida no processo de aprendizado não restringe o processo criativo?

Pra mim a grande função do conhecimento é poder ser utilizado não em reproduções, mas em criações, brotar novos conhecimentos. (Ta, isso é um ponto de vista muito particular, que tem a ver com uma possível separação drástica de pessoas mais "consumidoras" ou mais "produtoras").

Se você é puramente auto-didata, é possível que sua comunicação fique mais restrita com os outros, porque a final de contas a maioria da população tem acesso a fontes de conhecimento mais hegemonicas, difundidas, aceitas (talvez impostas). Se você é puramente um "aluno", o maximo que vai fazer é chegar ao objetivo do método de ensino, sem necessariamente ter que criar algo.

Pela minha experiência eu me senti restringido por métodos de ensino, que geralmente não se adequam à minha maneira de aprendizagem, nem aos meus desejos, interesses e dúvidas. Eu devo absorver uns 20% desse tipo de conteúdo, mas que não deixa de sesr útil como uma maneira mais rápida de expandir a visão de algo, ter acesso fácil ao que outros pensam. Agora, aqui tem um problema político também. Quem pensou? Porque eu tive acesso a isso e não a outra corrente? Pode ser por mérito, pode ser por interesses de outros.

Assim, ser auto-didata é uma opção mais anarquista, talvez mais sincera, que o jeito que você se mostra é mais livre. Tudo bem, nem sempre (quase nunca) o mais livre é o mais eficiênte, porém, é da liberdade que brota tudo. Do método, se enrigece. Me parece ideal que seja tudo feito ao mesmo tempo, brotar sem desconsiderar o que foi enrigecido, que possivelmente tem algum valor. Só que o ensino ainda anda muito precário nesse mundo...

wel COME chá!


bom, pra começar, um post dedicado à necessária falta de hierarquia
da qual tanto falamos, gaspa

todo mundo tem o direito de tomar chá, até mesmo os... pintinhos marotos!

e viva o chá de domingo e as discussões que dele nascem!